domingo, 24 de dezembro de 2006

Formatura.

Na semana que passou meu filho se formou na Oitava Série do Ensino Fundamental, foi uma cerimônia simples.
Durante toda a semana, e no dia, eu revivi a minha formatura e um pouco do que eu sentia quando tinha quatorze anos, minhas dificuldades existenciais, meus sonhos, minha visão de mundo de um cara que estava entrando na adolescência com o turbilhão de idéias que há na cabeça de um jovem.
Eu sinto meu filho melhor que eu quando eu tinha a idade dele, mais solto, aproveitando melhor a vida, não muito, porque parte do meu jeito ele herdou, que o faz um rapaz quieto. Ainda assim, sinto que ele tem mais desenvoltura para encarar a vida e suas dificuldades. Que bom que seja assim, pois me lembro das dificuldades que passei para me tornar adulto e não quero que ele passe pelas mesmas, embora sejam, em parte, necessárias para ultrapassar a fase de criança e chegar a ser adulto.
No final da cerimônia dei um abraço nele, longo o suficiente para lembrar do meu passado, mas curto o suficiente para que as lágrimas ficassem dentro dos olhos.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Feliz 2006.

Um post atrasado, não errei o título, mas só agora pude me sentir feliz como há muito tempo não me sentia.
2006 começou mal, no primeiro dia útil um mau presságio: fui fazer uma visita de negócios, não deu nada certo e nem dinheiro fiquei para voltar de ônibus, sinal de que não seria um ano fácil, e não foi. Desde o primeiro dia de 2006 a minha situação financeira e existencial só piorou, em Julho procurei um amigo para tentar um emprego, em Agosto atingi o pior momento do ano, falta de grana, desentendimentos em casa, um inferno. Em Setembro a boa notícia do ano: o amigo que eu havia procurado me ofereceu emprego, assim que comecei a trabalhar pude recuperar a minha felicidade, não toda porque ainda falta um tanto, recuperei a minha auto estima, pude pagar as contas em dia, renegociar as contas maiores que estavam atrasadas e acertar os ponteiros de minha vida afetiva e familiar.
Um ano que começou no fim, que vou lembrar pela sua dureza e, também, pela felicidade de ter me recuperado como pessoa.

Tempo Triste.

Eu mudei a forma pela qual eu via o Natal, quando criança eu o via como toda criança vê: uma oportunidade de ganhar presentes, morrer de medo do Papai Noel e comer comidas "exóticas", depois, o Natal mudou o seu significado e simbolismo para mim, percebi o sentido dele e, aos poucos, fui cedendo à emoção da data, é um momento de reflexão onde eu me torno mais sensível, reflexivo e saudoso.
Sinto falta da minha mãe mais do que durante o ano todo. Nos Natais em que ela era viva não fazíamos grandes festas, passávamos em família, nós quatro, sem grandes comemorações, mas era um momento silenciosamente emotivo, na minha família muito era comunicado sem palavras e gestos, era algo que ficava "no ar" e eu captava tudo, ela foi a referência de pessoa, de mundo e de vida, para mim, e se sou uma pessoa, hoje, o sou graças a ela. É o momento do ano em que eu fico mais triste, uma tristeza silenciosa, assim como era a nossa comunicação entre família: silenciosa, delicada, profunda e... saudosa.
Te amo, mãe, esteja onde estiveres.

Boa De Bola.

No mês passado, minha filha estava jogando bola no recreio do colégio público onde ela estuda quando um "olheiro", professor de Educação Física, a viu jogando e gostou do futebol dela, a procurou e a ofereceu uma bolsa de estudos em um colégio particular, caso ela participasse da escolinha de futebol desse colégio.
Ela conversou conosco, aprovamos inicialmente a idéia e conversamos com o Prof° que fez a proposta, em outro dia ele compareceu à escola da minha filha, fez um teste com ela e foi aprovada! Ganhou a bolsa, agora vai estudar, novamente, em uma escola particular conhecida de nós e mais próxima de nossa casa.
Ela ficou muito feliz, deverá treinar duas tardes por semana e realizar viagens, gratuitas, com a escolinha de futebol. É um presentão de Natal para ela que gosta de jogar bola desde pequenininha e nós estamos todos felizes por ela estar feliz, estudando em uma escola de qualidade e fazendo o que mais gosta: jogar futebol.
Mais um pouco virarei empresário e vou oferecê-la a um dirigente de um grande clube europeu!