domingo, 26 de agosto de 2007

Por Que Conversar Se Eu Posso Brigar?

Tenho observado as pessoas à minha volta e verificado como algumas delas têm optado por resolver de forma equivocada seus problemas envolvendo outras pessoas.
Noto, com frequência, que muitas pessoas preferem partir diretamente para uma briga verbal do que tentar resolver as suas diferenças com outra pessoa conversando e buscando, assim, um entendimento. Me parece que para essas pessoas o caminho da agressão e do revide é mais fácil do que uma conversa franca onde exporiam o seu descontentamento e suas diferenças com o outro.
Sei que não é fácil se dispor a sentar e conversar determinados assuntos desconfortáveis, mas é, ainda, a melhor forma de resolver um desentendimento. O caminho do confronto não resolve o problema, só o agrava e o adia, pois a violência afasta qualquer possibilidade de conciliação e estimula a hostilidade. É uma lição que aprendi na minha vida e fico surpreso quando vejo pessoas da minha idade tentando resolver seus problemas com enfrentamento, ao invés da conciliação, talvez sejam pessoas que ainda não aprenderam, como eu, o que a vida lhes ensinou, ou, quem sabe, sejam pessoas diferentes de mim e a minha experiência não tenha o valor para elas como tem para mim.

domingo, 19 de agosto de 2007

A Linguagem do Sorriso.

No edifício onde moro a maioria dos vizinhos são da minha idade, casados ou com relacionamentos estáveis, mas casamento não é eterno e, de vez em quando, algum casal se separa.
É interessante comparar o comportamento das mulheres que antes eram casadas e, portanto, comprometidas, com o novo comportamento delas, agora solteiras e descompromissadas. Quando casadas cruzavam por mim e mal cumprimentavam, eram cumprimentos frios e protocolares, curtos e sérios, um gesto de cabeça. Depois de separadas os cumprimentos passaram a ser diferentes, mais calorosos, menos monossilábicos, acompanhados de um sorriso largo, um olhar mais buscador e menos furtivo e dissimulado. Talvez elas se comportem assim por se sentirem livres de um companheiro mala ou relacionamento fracassado, talvez estejam buscando novas referências de amizade.
É curioso observar como o sorriso é uma linguagem usada para estabelecer contatos ou não, um cartão de visitas que diz à outra pessoa: estou receptiva ou não.
Da parte dos homens recém separados não noto mudança no cumprimento, observo apenas que passam a movimentar mais a cabeça à procura de alguma dama que esteja passando próxima a ele.
São as diferenças dos sexos: enquanto a mulher recém separada busca estabelecer uma relação a partir do contato visual, olhos nos olhos com um outro homem, o homem busca uma relação olhando para o corpo da mulher, começam por aí as nossas diferenças.

sábado, 18 de agosto de 2007

Aniversários.

Durante a semana que passou ocorreram dois aniversários importantes. O primeiro, dia 14, da minha filha. Ela fez 11 anos de idade e foi inevitável eu relembrar sua história conosco, desde quando ela nasceu, quando a peguei nos braços pela primeira vez, pequeninha que ela era, até hoje, quase uma mocinha, alta e serelepe.
Recebemos muitos amigos aqui em casa na festa, amiguinhos dela e amigos e parentes nossos, foi uma festa bem bacana, com comes e bebes e presentes, se bem que ela não dá bola para presentes, abre, mata a curiosidade e coloca de lado. Agora me preparo para a adolescência dela, meio perdido sem saber o que fazer com uma menina se tornando uma mulher, despertando o interesse de outros meninos e de não tão meninos assim, já no próximo aniversário acredito que deva ter mais movimentação e um ou outro amigo dela presente, duplamente interessado...
O outro aniversário importante, dia 16, foi o de uma amiga, daquelas pessoas que eu conto mais da minha saúde do que para um médico, mais da minha alma do que para um psicólogo. Mesmo estando distante fisicamente espero ter podido enviar daqui meus cumprimentos e sentimentos que reflitam o quanto gosto dela e o quanto ela me é importante.

domingo, 12 de agosto de 2007

Noites Insones.

Ontem, pela primeira vez, meu filho saiu à noite para se divertir com uma prima dele, foi a uma festa, balada como se diz hoje. Foram de carona na ida e voltaram de táxi com hora já previamente combinada para o retorno com um taxista conhecido.
Fui dormir com a sensação estranha e desconfortável de saber que meu filho e a prima estariam expostos à falta de segurança da noite, apesar dos cuidados que tomamos com o transporte deles, mas estariam em um ambiente com poucas pessoas conhecidas e muitas desconhecidas, lembrei de notícias policiais envolvendo jovens que saíam à noite só para se divertir e que acabavam sendo vítimas de assaltos ou homicídios.
Me senti aliviado quando eles chegaram, felizes, às quatro horas da manhã. A prima dormiu aqui, conosco.
Estou me preparando para noites meio insones daqui para a frente, logo será a baixinha que estará saindo para se divertir.

Da Sala Para o Quarto.

Alguns meses atrás meu filho deu a sugestão de tirar o computador dele da sala de casa, onde estava junto com o meu, e transferí-lo para o seu quarto. Na semana passada fizemos a transferência, aproveitei e transferi o meu para o meu quarto, também. Foi um trabalhão! Começamos a mudança no sábado passado, às 13h, e terminamos, acabados, às 19h45min. Meu filho me ajudou, mas o trabalho maior ficou para mim, incluiu: abrir espaço e limpá-lo nos quartos para os móveis dos computadores, desmontar os computadores na sala e limpá-los junto com seus respectivos móveis, colocar os móveis nos quartos, recolocar os computadores nos móveis e religá-los, trocar a fiação da linha telefônica desde a entrada do apartamento até o meu quarto e colocar um cabo de rede entre meu quarto e o quarto da galerinha.
A mudança foi boa, ficou melhor para nós. Na sala havia muitos estímulos para distrair: TV ligada, telefone que tocava, falatórios mil e os filhos adolescentes sempre em clima pré-III Guerra Mundial, no quarto ficou mais sossegado e ainda posso ligar o computador ao aparelho de som e ouvir as minhas mais de mil músicas em mp3 que tenho no computador. Legal!

domingo, 5 de agosto de 2007

Pai, Afasta de Mim Esse Cálice.

Na semana do Dia dos Pais eu sempre me coloco na posição de filho e de pai, já escrevi aqui na posição de pai, agora queria me colocar na de filho.
Após o falecimento de minha mãe, meu pai se ressentiu da ausência dela o que, provavelmente, colaborou para que ele demonstrasse mais os sinais de envelhecimento no seu comportamento. Nos últimos anos de vida o pai criou algumas situações com as quais tive que lidar, algumas resolvi bem, outras mais ou menos e uma menor parte resolvi mal, não por maldade, mas por não ter podido, ou não sabido resolver, ou por não ter tido grana suficiente para resolver melhor. Sinto-me culpado por não ter cuidado dele como eu poderia tê-lo feito.
A culpa e eu somos velhos conhecidos, por isso nem sempre consigo enxergar quando ela surge com propriedade ou quando está aí só para me atrapalhar, mas incomoda, parece um fantasma me assombrando de tempos em tempos. Desde que ele faleceu, em 2005, só agora consigo falar sobre esse sentimento e entendê-lo melhor, e queria que ele, onde estivesse, entendesse que fiz o que pude para bem cuidá-lo dentro das minhas limitações como filho e ser humano.

sábado, 4 de agosto de 2007