sábado, 27 de dezembro de 2008

Oásis.



Naquele lugar ele possuía ao seu alcance tudo o que precisava: satisfação para os sentidos, alimentação, água, luz, local para repouso; tempo para meditar e deixar a mente livre para navegar em seus pensamentos, medos, fantasias e desejos. Ninguém interferia, ele ficava isolado, não havia ruídos, telefone tocando, campainha da porta estrilando. Ficava longe da agitação de seu trabalho, das pessoas falando ao mesmo tempo, do telefone tocando, dos pedidos que lhe faziam. Longe do barulho da rua, dos escapamentos das motos e das buzinas neuróticas que tocavam o tempo todo.
Sem estas interferências ele pode pensar e acreditar que haja lugares melhores que aqueles, mais relaxantes, prazerosos, onde ele possa sedimentar suas idéias e desejos sem serem interrompidos e sem que necessite justificá-los aos outros. No seu oásis ele é o califa, o sultão, que não precisa dar satisfação de seus atos e pensamentos a ninguém. É a sua ilha particular, inviolável, poderosa, auto suficiente e eterna.
Até que alguém bate à porta de seu quarto e o chama, ato que o puxa violentamente à realidade. Ele se levanta, sai do quarto e volta à sua vida no deserto deixando uma miragem e uma esperança para trás.


sábado, 6 de dezembro de 2008

Natal Inesquecível da Masson.



Todo ano, nesta época de Natal me remeto à infância, boa parte dela defronte à TV.
Perto do Natal era exibida na TV uma propaganda da Casa Masson, relojoaria e joalheria famosa de décadas passadas. Até hoje lembro de parte da letra e cada vez que canto relembro um pouco da minha infância e dos sentimentos puros e doces que a infância proporciona.
Saudade do calor de dezembro que era diferente, sei lá porque, mas diferente, da agitação das semanas que antecediam o Natal, da expectativa insuportável para saber se iria ou não ganhar o presente que tanto queria. Um pouco de cada sentimento nas letras do jingle que mais me lembra o Natal:

"Muitas coisas lindas em brilhantes são como as estrelas lá do Céu.
Enchem nossos olhos de alegria e conservam sempre seu valor.
Jóias da Masson, presentes da Masson.
Jóias preciosas de beleza
Natal fascinante na Masson, Masson, Masson."

Para tentar relembrar a letra do jingle me utilizei de um post do Blog do Brisa e do comentário da Andréia no post. Obrigado aos dois.

sábado, 29 de novembro de 2008

O Papagaio do Pirata.




O velho pirata tinha como mascote o seu papagaio desde que era inteiro e não tinha um gancho no lugar de uma das mãos e nem uma perna de pau. O papagaio, valente, enfrentou todos os mares no ombro de seu dono e ouviu dele tudo o que ele sabia sobre a vida, o mar e a pilhagem. Em cada situação que o velho pirata se envolvia o papagaio estava ao seu lado, ouvindo e repetindo as velhas e esfarrapadas palavras e frases.
Durante uma batalha feroz, o velho pirata foi atingido por uma explosão e se foi, os marinheiros, sem perceber, passaram a receber ordens do papagaio que havia escapado da explosão voando para o alto do mastro da embarcação e de lá repetia tudo o que o velho pirata dizia em situações iguais aquela, tirando o navio da encrenca que se metera e aniquilando o inimigo.
Batalha terminada, o papagaio virou o capitão da nau, a mais eficiente máquina de pirataria que existiu nos sete mares.

sábado, 22 de novembro de 2008

O Realejo.



Todos os dias ele repetia seu ritual, tinha que passar no parque de diversões, caminhar até o realejo, ouvir a melodia em um volume só, estender o dinheiro ao velho senhor que desde sempre só fazia isso, esperar o periquito pescar com o bico um papelzinho dobrado onde estava escrito a sorte de seu dia.
O dia dependia do que estivesse escrito no papel, não havia chance do dia ser diferente, era o periquito quem dizia se o dia seria alegre, triste, divertido, cansativo, preocupante, dramático ou esperançoso. E não havia o que convencesse ele de que o realejo pudesse errar. A vida e a realidade tentavam mostrar a ele que o futuro era imprevisível, mesmo assim ele dava um jeito de adequar o seu dia ao que dizia a sorte tirada no realejo.
Já havia perdido diversas oportunidades na sua vida por não acreditar que ela fosse guiada pelo destino, perdeu emprego, namorada, amigos e até o velho cão desistiu de acompanhá-lo em suas aventuras diárias.
Ontem ele foi ao parque, como sempre, desde sempre. O realejo não estava mais lá, o seu velho dono morrera e o periquito, sem dono, foi doado à uma criança que seguidamente brincava com o periquito quando visitava o parque.
Pela primeira vez na sua vida ele teve que deixar o destino seguir o seu rumo, suando de nervosismo não conseguiu se mover, parado ficou diante do funcionário do parque que lhe dera a notícia fatal, sentiu o seu coração disparar, lhe faltou o ar, joelhos começaram a tremer, ria e chorava ao mesmo tempo, sentia que ia morrer.
Pela primeira vez na sua vida sentiu o que era viver sem ter controle sobre a sua vida, sem saber o que aconteceria no minuto seguinte, se iria morrer, sobreviver, se teria o que comer ou onde morar, exatamente o que sentimos todos os dias quando acordamos sem um papelzinho ao nosso lado para nos dizer como será o dia e, pela primeira vez, se sentiu só, abandonado.
À própria sorte.

sábado, 15 de novembro de 2008

Quero O Meu Tempo De Volta.

Não gosto de me lamuriar, portanto não entendam esse post como uma lamentação e, sim, uma explicação.
Ando cansado, fisicamente, por causa do trabalho e das caminhadas matinais, quando tenho um tempo livre prefiro não fazer nada, ou ver TV ou ficar na Internet navegando à esmo. Não tenho mais um tempo livre para a minha cabeça maquinar com liberdade, parece que o cansaço me tira a força de pensar e de me concentrar em assuntos legais para postar aqui.
Vou me esforçar para compensar a falta de pique e dedicar um tempo para mim mesmo, para pensar, desenvolver idéias e postá-las aqui.
Um pouquinho de paciência.

domingo, 26 de outubro de 2008

AC/DC.

A vida tem pontos de referência, o antes e o depois de alguma coisa: antes/depois de começarmos a caminhar, antes/depois de entrar para a escola, antes/depois do primeiro beijo, antes/depois da formatura, antes/depois do primeiro emprego, antes/depois de tirar a carteira, antes/depois de casar. Casar? Sim, esse talvez seja o antes/depois mais marcante, pelo menos para mim e para muita gente foi. Não falo de cerimônia religiosa ou da festa, falo da vida a dois que exige de ambos acomodação a ela, mais ainda com a chegada dos filhos onde nos é exigido jogo de cintura ao máximo para lidar com crises e conflitos freqüentes e uma paciência oriental.
O casamento marca a personalidade da gente para sempre e nos faz adultos na marra, mesmo naqueles que insistem em serem infantis. Ou casa e amadurece ou a fruta aprodece e cai ainda "verde", não tem meio termo, nem transgênico de resolva. Dá para ser ex-casado e viver solteiro de novo, mas a pessoa jamais será a mesma que foi quando não vivia com ninguém.

Coerência.

Coerência é uma qualidade. Bom que os outros sejam, e nós? Um exemplo: quando tinha meus 30 e poucos anos deixei de ter simpatia pelo socialismo, dei uma guinada à direita, passei a acreditar na economia de mercado e na filosofia que a embasa. Não sei porque mudei, talvez a idade, o contato com bons argumentos, só sei que mudei e basta. Para quem me via de fora não deve ter entendido nada, podem ter se sentido traídos ou inseguros com a minha mudança.
Usei este exemplo para demonstrar como nem sempre sou coerente, embora seja coerente em vários outros aspectos em que tenho convicção, são aqueles princípios que me norteiam. Daria até para escrever uma Constituição minha com artigos que regem minhas atitudes e servem de base para meu pensamento.
Quais seriam os pontos onde devemos ser coerentes e quais não?
Ser humano já é uma experiência por si só incoerente, emocional, confusa, mesmo assim há determinados conceitos em que devemos manter a coerência durante a vida toda, são aqueles que servem de pilar para a construção da nossa personalidade, que nos mantém saudáveis e aos que estão em volta de nós e os que nos possibilitam crescer, desenvolver, sem prejudicar os demais e o planeta.
Difícil definir quais são, mas cada um de nós sabe quais conceitos devem ser mantidos ao longo da vida, quais podem ser mudados pela vida ou por nós mesmos e quais aqueles que estão aí por não termos outros melhores para por no lugar.

Fila.

Moro em um bairro cuja população é predominantemente composta de idosos. Minha seção eleitoral fica no bairro e tinha perto de quatrocentos eleitores, o número limite de eleitores para uma seção na minha cidade e a maioria idosos.
Servi de mesário na eleição de 1992, a do Collor X Lula, naquela eleição, primeiro e segundo turnos, havia fila para votar à qualquer hora do dia, só diminuía um pouco lá pelas 13h e desaparecia perto do encerramento.
No primeiro turno da eleição deste ano fui votar às 13h esperando encontrar pouca fila. Não havia nenhuma, conversando com uma mesária ela me disse que quase não houve fila a manhã toda, quando muito dois ou três eleitores esperavam. Nas eleições anteriores eu também havia notado este fenômeno. Deduzo que muitos eleitores da minha seção já se foram e não foram substituídos por mais jovens, ou foram e os jovens, mais rápidos, não necessitaram formar fila, talvez a urna eletrônica tenha dado mais fluidez à votação e ajudou a eliminar a fila.
Ficou melhor, não preciso mais me preocupar em ir em determinado horário, mesmo assim vou votar depois do almoço, costume.

domingo, 5 de outubro de 2008

Contraste.

Num dia desta semana que passou atendi no meu trabalho, no balcão, a um homem exatamente daquele tipo insuportável: grosso, estúpido e mal educado, que agiu assim porque se declarou contrariado com a forma corriqueira, e educada, que atendo às pessoas e por culpar a mim por ter levado um material errado. Tenho muita dificuldade em tratar com tipinhos assim e acabei tendo um diálogo onde fui irônico, minha forma de retrucar a estupidez e a falta de educação, fiquei com o espírito abatido, pela agressão injusta e pela culpa de ter revidado, foram uma ou duas horas desagradáveis comigo mesmo.
Lá pelo meio da manhã atendi a uma senhora de seus setenta e poucos anos, atendi com a mesma postura que atendo a todos, no final do atendimento ela se dirigiu ao meu patrão e fez um elogio à forma que eu a atendi. Pronto, salvou meu dia e reforçou que estou atendendo bem as pessoas, só não atendo bem a quem está de mal com a vida, esses levam a minha ironia para temperar um pouco a sua já amarga vida.

Setembro.

O Mês de Setembro foi um mês tranqüilo. (um dos últimos tremas que escreverei?) Tão relaxante que me deu um apagão intelectual e não publiquei nada aqui e, para escrever, eu preciso do incômodo, seja ele qual for: físico, emocional, afetivo, não importa, a tranqüilidade me desestimula, distrai, é uma inércia de repouso que me faz ficar parado.
Vou retomar as publicações agora em Outubro, nem que eu tenha que me sacudir por dentro, também em respeito a ti que vem aqui e várias vezes dá com o nariz no post antigo.

sábado, 6 de setembro de 2008

6 de Setembro.

É imprescindível registrar que hoje é o aniversário de nascimento da minha falecida mãe que se foi em 2001 e completaria 87 anos.
Sinto falta dela, já escrevi sobre isso aqui no blog e também escrevi que o que sou devo a ela.
Registro sucinto para ser lido aqui, sentido no coração e entendido no Céu.
Mãe, eu te amo.

domingo, 31 de agosto de 2008

Herança Afetiva.

Espero que demore, mas por fim me vou deste mundo. O que ficará de mim aqui? Minhas roupas e bugigangas como os dois organizadores cheios de quinquilharias eletrônicas que guardo no quartinho que um dia tiveram utilidade e que agora não serviriam nem para um museu? Este velho e cansado computador com nada dentro além de arquivos temporários da Internet? As minhas dívidas que já nem sei mais quantas são e quanto somam? As minhas idéias disseminadas aqui, ali e nesse blog escondido?
Durante a semana que passou fiquei pensando no que deixarei para trás quando eu for e no valor que o que eu deixar terá para os que aqui ficarem, perdi uns bons minutos de sono pensando nisso e que não serviram para nada porque não avancei no assunto, além de ficar ruminando-o obsessivamente enquanto o sono não vinha.
Queria dexar algo mais consistente para trás, não um bem material porque esse não vale nada, queria deixar algo que servisse e que ajudasse alguém a ser feliz, a viver melhor.
Lembrei dos meus filhos e da educação que tento passar a eles, porque nem tudo o que ensino a eles é aprendido e também nem tudo o que ensino serve para eles, pode um dia ter servido a mim, mas eles são eles, diferentes, vivendo em outra época. Que farão com o que eu deixar? Vão doar minhas roupas a um asilo? Fiz assim com as roupas de meu pai quando faleceu, vão cuidar do que é meu e dar um destino respeitoso? Pouco importa, já disse aqui em casa que não quero nem que meus ossos sejam guardados no cemitério, quero, mesmo, é que me digam o que sentem enquanto eu estiver vivo, depois façam o que bem entenderem.
Não quero que fiquem gastando dinheiro e cultuando, sejam meus ossinhos, seja algo meu material depois da minha morte.
O que tenho de melhor e aproveitável são minhas idéias, meus sentimentos, meu carinho e meu afeto, tento expressá-los, mas sei que não tenho conseguido nem 0,01% do que me proponho.
Ficarei muito satisfeito se alguém, algum dia, se beneficiar com o que eu disse ou o que eu senti por esta pessoa. Será minha bagagem no Além.

domingo, 24 de agosto de 2008

Feiticeiras.

Elas existem, estão por aí, nas calçadas, no supermercado, nos parques, dentro dos carros, no ônibus. De vez em quando eu fico cara a cara com uma delas, é de arrepiar, a idade varia, geralmente tem trinta ou mais anos de idade. Fácil de identificá-las, não usam vassouras para se locomoverem, nem poções mágicas, não balançam o narizinho como a Feiticeira do seriado de TV, não tentam parecer fisicamente com um homem como a Feiticeira de pouca roupa da TV. São discretas, traiçoeiras, dissimuladas, atacam os pobres homens com suas armas fulminantes e irresistíveis: o olhar fixo e hipnotizador, a postura sensual do corpo, a roupa insinuante, o sorriso moleque, aquele só com o canto da boca, as perguntas embaraçadoras, a inteligência envolvente, a simpatia entorpecedora.
Não tem como se proteger, impossível, não há antídoto para o feitiço delas, só nos resta, míseros e desprotegidos homens, entregar e pedir que tenham compaixão com as nossas almas.
Mulheres, feiticeiras que a natureza criou e que eu tanto amo, me enfeiticem para sempre.

sábado, 16 de agosto de 2008

Astronomy Picture Of The Day.

O Blogger passou a oferecer os tais "gadgets", penduricalhos que se acrescenta ao template do blog para incrementá-lo, gostei e inclui o "Astronomy Picture Of The Day" que diariamente publica à esquerda dos posts uma foto diferente com motivos cósmicos. O acessório transmite um pouco de tranqüilidade e da imensidão da experiência humana que procuro retratar aqui no blog e tem também uma função decorativa, o blog tem muitas letras, uma foto quebra a frieza delas. Gosto de Astronomia e li livros de Astronomia que tinha em casa quando era criança, peguei gosto pelo assunto.
Talvez eu acrescente mais um ou outro gadget dentro da idéia que me guiou a colocar o da foto astronômica, mas não muitos para não descaracterizar o blog, já que dou ênfase ao texto puro e quanto menos acessórios mais o texto se destaca.

"Mais Pequeno".

Falo de acordo com o que ouço e ando ouvindo cada coisa...
Me relaciono com o público e como as pessoas falam mal! Erros de todos os tipos, desde engolir o "s" no plural até outros mais escandalosos. Semana que está acabando ouvi duas vezes "mais pequeno", só para ficar com o erro que mais doeu nos meus ouvidos e tem mais como "prá mim fazer", "amanhã, quando eu vim aqui". O problema é que acabo me contagiando a contra gosto pela maneira errada de falar, tenho me dado conta que estou cometendo erros que não cometia com freqüência assustadora, boa parte deles é por preguiça, pois sei muito bem qual a forma correta de falar, espero que quando eu precise falar corretamente não acabe cometendo erros tão grosseiros e que desafinem tanto.
Bem, não importa, de hoje em diante vou me policiar e tratar de falar corretamente apesar da audiência não cooperar.

domingo, 10 de agosto de 2008

O Que Importa É A Liberdade.

Durante a semana começou a Olimpíada lá na China, pela TV tive uma idéia menos estereotipada de como os chineses se relacionam com a liberdade entre eles e em relação aos estrangeiros e fiquei pensando se a política chinesa ou de qualquer outra nação sem liberdade é ou não compatível com o tão dito e escrito Espírito Olímpico.
Esporte, pela minha forma de pensar é uma maneira requintada de administrar nossa energia que de outra forma se voltaria contra nós mesmos na forma de conflito, seja de forma individual de pessoa para pessoa, seja entre grupos. No esporte exercitamos a nossa capacidade de competir sem ferir, de vencer ou perder sem matar ou sobreviver, portanto o esporte nos ensina que é possível disputar e tolerar seu resultado, bom ou ruim. Não dá para vencer sempre e seria um tédio se isso ocorresse, esse espírito esportivo bem que poderia nortear os ditadores que devem se entediar de só eles mandarem, só eles estarem por cima, eles poderiam entender que o melhor é o que melhor se prepara, que mais se exercita e que melhor aprende, não o mais forte.
Me chocou os paises do mundo se reunindo na China para disputar e confraternizar em uma nação onde não há liberdade. Esporte e repressão são incompatíveis e o esporte não deveria, nunca, ser usado para divulgar ou justificar regimes de excessão. Ditadores são os primeiros e os maiores perdedores desta Olimpíada e o COI deveria rever a realização de Olimpíadas em países onde não se respeita os Direitos Humanos, que se realize, neles, apenas competições de tiro ao ditador.

domingo, 27 de julho de 2008

Sinais Virtuais De Namoro.

Tenho algumas amigas virtuais no Orkut e é interessante observar alguns sinais característicos de que elas estão namorando ou terminaram o namoro.
Quando iniciam o namoro, o óbvio: acrescentam a palavra "namorando" no perfil, quando antes constava solteiro ou nada constasse, depois é comum elas passarem a freqüentar o Orkut mais assiduamente principalmente se o namorado também participa e costuma deixar recados a ela. Outra mudança comum é colocar uma foto dos dois no perfil ao invés de uma foto só sua e bloquear o acesso a fotos a não-amigos, publicar textos sentimentais no perfil, poesia, até. Quando solteiras recebo um ou outro recado delas, quando namoram somem, nem um recadinho de "bom final de semana", tá certo, sou casado, não insinuei que elas escrevem por um interesse escuso e não tenho nada com isso, mas acontece.
Se chega o final de namoro ocorre o inverso, retornam os recados a mim, fotos liberadas, some o "namorando" e uma foto só dela do perfil, textos mais secos no "Quem sou eu", alguns com palavras rancorosas ou secas. E assim prossigo vendo as amigas virtuais irem e virem, até que encontrem alguém com o qual estabeleçam uma relação mais estável, forte e duradoura.
E bom final de semana a você.

sábado, 19 de julho de 2008

Caravelli - 1974.

Quando eu tinha uns 7 anos de idade ganhei de Natal um gravador cassete, logo depois ganhei uma fita gravada por um amigo de meu pai com músicas orquestradas, para um guri de 7 anos ainda sem gosto musical definido as músicas da fita soaram agradáveis, escutei muito aquela fita junto com outras que ganhei com o passar do tempo, depois acabei me desinteressando e a fita se perdeu por aí.
No domingo passado fui me deitar e liguei o rádio relógio na rádio local que mais gosto, a Guaíba FM, no domingo à noite a rádio sempre destaca uma grande orquestra ou intérprete e, para a minha surpresa, comecei a escutar as músicas da minha primeira fita, aquela que ganhei com 7 anos de idade na exata seqüência de músicas que eu tinha na fita. Na hora me lembrei de músicas que há mais de 35 anos eu não ouvia, para minha surpresa lembrei de nota por nota, letra por letra das canções e cantarolei junto, identifiquei a orquestra, era a de Caravelli e, no outro dia pesquisei na Internet para ver se achava algumas das músicas em .mp3 para baixar. O intérprete não é muito conhecido e há pouco material dele disponível na rede para baixar, infelizmente não encontrei ainda o álbum que eu tinha em fita, mas meu Emule está de plantão para baixar o que for possível e ando varrendo a rede em busca de blogs e fóruns que possam disponibilizar o álbum para download, é uma questão sentimental pois as músicas não são tão boas assim.
Me deu uma baita saudade da infância ao ouvir de novo a velha fitinha, agora com som de CD remasterizado.

Eu Não Bebo, Sim, Estou Vivendo.

Muito se fala na tal de lei seca que pune com prisão quem for flagrado na direção mesmo tendo bebido pouco.
Eu não bebo e sou a favor da lei, mas deixa eu explicar, não sou daqueles chatos que vivem dando discurso contra a bebida, eu não gosto do gosto dela e dos seus efeitos, também não gosto de quem bebe e muda a sua personalidade, uns se tornam chatos falando o tempo todo sobre os mesmos ou sobre o mesmo assunto, tipo:
-Sabe que eu fiquei com a fulana? Frase que é repetida umas 300 vezes durante uma festa, não há saco que agüente, e tem o outro tipo de bêbado que vira valentão e implica até com um aceno de despedida interpretando ele como um gesto hostil. Eu tolero os bêbados, mas prefiro os sóbrios.
Os bebuns não devem gostar de mim como companhia, como diz o Millôr: "Quando entre algumas pessoas um não bebe logo ele começa a se tornar inconveniente", ahahaha. Não implico com os bebuns, mas é claro que acabo ficando deslocado em uma festa onde todos bebem.
Essa nova lei talvez tenha a iluminação de mostrar às pessoas que dá para se divertir e fazer festa sem bebida e que assim a festa pode ser até mais curtida sem que todos estejam ali de corpo, mas, de fato, sendo outra pessoa que a gente não reconhece por causa da bebida. Festa é confraternização, conversa, flerte para quem pode e ninguém gosta de conversar, paquerar, com alguém que no outro dia se tornará diferente e que pode nem se lembrar da festa do dia anterior.
A lei veio porque a educação e a fiscalização falharam e está sendo saudada como a responsável pala poupança de muitas vidas e desobstrução de leitos hospitalares.
Espero que as festas daqui para a frente se tornem reunião de pessoas mais autênticas e as relações que dali surjam sejam mais sólidas.

Jack, O Escapulidor.

Num dia desses da semana que termina cheguei em casa e havia um clima de guerra, madame e Belle de um lado, Maurício de outro, a questão: uma amiguinha da Belle sairia de férias e pediu que hospedássemos o Jack, o cãozinho dela, um poodle toy pequenininho, durante a viagem. Há alguns anos a Belle queria ter um cãozinho e eu vetei a idéia, gosto de cães, mas eles na casa dos amigos, de preferência no pátio para a gente brincar com eles de vez em quando, mas considerando o pedido e o fato de que a amiguinha da Belle já ter quebrado uns galhos para nós, resolvi deixar que o Jack passasse uns dias conosco, apesar do Maurício protestar veementemente.
Na primeira noite decidimos que ele passaria restrito à dependência de empregada que está só com umas bugigangas, à área de serviço e à cozinha, lá ficou a caminha dele, os brinquedos, a água e a ração. Não deu certo, ele sentiu a ausência de casa e de pessoas e latiu boa parte da noite, de madrugada sossegou e dormiu, quero dizer, acho que ele dormiu, afinal eu consegui dormir e não ouvi mais nada, e olha que tenho sono leve. No outro dia alguns vizinhos reclamaram dos latidos dele e mudamos de tática na segunda noite, a Belle dormiu na sala e ele ficou na caminha dele ao lado dela, não latiu e dormiu a noite toda, de manhã cedo acordei e fui ver como ele estava e o ingrato rosnou para mim, logo eu que defendi a permanência dele aqui, ahahahah.
Na sexta cedo, pânico. Ele fugiu, sumiu de casa, possivelmente quando o Maurício saiu para ir pro colégio ele aproveitou e, sorrateiramente, se mandou. Os guardas da guarita do prédio disseram que ele foi visto rumando para o condomínio ao lado do nosso onde ele mora, bobo ele não é e tratou de voltar para casa, longe dessa família esquisita que hospedou ele, ou seja: nós, ahahaha. Madame fez uma busca e encontrou o fujão que havia sido capturado pela síndica do condomínio vizinho que reconheceu ele e estranhou ele estar andando sozinho na calçada interna do prédio. Ufa! Ainda bem, que cara teríamos para informar à amiguinha da Belle que o cãozinho dela fugiu? E se ele fosse tentar atravessar a avenida movimentada que temos em frente de casa? Certamente seria atropelado, pois é inexperiente, nunca saí à rua. E como diríamos à Belle que o cãozinho que ela tanto gosta fugiu? Sumiu? Minha sexta começou angustiada e aflita, felizmente o fujão antes das 9 horas da manhã já estava de volta para a nossa casa, mas passei o resto do dia me sentindo cansado pela função da manhã.
Nossa rotina familiar mudou um pouco com o Jack, eu tenho que olhar onde ando porque ele é pequeno e posso a qualquer momento pisar nele sem querer, a casa ficou mais agitada, a todo momento quando alguém sai de casa diz:
-Segura o Jack que eu vou sair!
Nos disseram que ele costuma fazer xixi apenas em jornal, só que na sala de casa tem uma grande coluna que ele vê como um delicioso e irresistível poste e sempre que passa por ali, carimba, então colocamos os jornais ao redor e no chão junto à coluna para que não precisemos a toda hora secar o pé da coluna, quero ver se ao voltar para casa ele resolve levar junto o hábito que desenvolveu aqui, ahahaha.
Hoje à noite ele volta para a casa dele com a vó da menina, na segunda ele retorna prá cá até a dona voltar de férias.
Se houver mais alguma agitação fora do previsto envolvendo o Jack escrevo novo post.
Espero que não. Ahahahah.

domingo, 13 de julho de 2008

No País Das Maravilhas.

As notícias da TV e dos jornais dão conta de quadrilhas que foram presas, criminosos que, usando dinheiro que não é seu, geralmente público, traficam influência, compram amigos, enviam a grana para o exterior e alteram a realidade à sua volta para lhes favorecer, adquirir bens, tornarem-se ricos.
A quantidade de notícias envolvendo ricos e poderosos que subiram na vida cometendo crimes é tanta que pode nos passar a idéia de que só agindo fora da lei é que se pode enriquecer, adquirir bens, viver uma vida boa. Não é assim, ou não deveria ser assim. É possível enriquecer sem cometer crimes, é mais difícil, dá mais trabalho, só não é possível que vivamos com a idéia ilusória de que para enriquecer basta roubar aqui e ali, comprar o silêncio de alguns e corromper outros que se enriquece, simples assim.
Precisamos de notícias de pessoas de bem, que trabalham, pagam impostos e vencem na vida com sacrifício e honestidade. Pena que isso não é notícia e a cada dia é mais história de ficção.
Quero fechar o jornal e abrir um livro, antes que eu perca toda a esperança que tenho no país e na sociedade brasileira.

Uma Semana De Resfriado.

Completo uma semana de um resfriado daqueles históricos, desde domingo passado tudo está trancado, congestionado, entupido, parece trânsito às 18h em dia de chuva: obstruído, molhado, barulhento, chato.
Perdi o olfato e ainda não o achei, ainda bem que meu paladar está preservado, apesar de meio prejudicado. Durante a semana foi pior, espirros, e cheguei dar mais que dois espirros seguidos o que é inédito e preocupante, tosse constante que chegou a me deixar com dor muscular nas costas e abdômem de tanto tossir e até dor no olho direito fiquei de tão entupido que estava.
Agora está saindo tudo de ruim e nojento por todos os orifícios, aos poucos me recupero, foram sete dias de "invferno" gripal.
Saúde!

Eu... Ãh... Um...Tipo... Assim... Sabe?

No meu trabalho atendo pessoas diariamente, me chama a atenção a quantidade delas que não sabem se expressar, me procuram, precisam resolver um problema e não conseguem expressá-lo para que eu possa ajudar.
Na semana que passou um se dirigiu à mim dizendo que havia tentato explicar o seu problema a outras duas pessoas de outros locais e ninguém havia entendido o seu problema. Gelei. Na hora lembrei de Nelson Rodrigues que disse: "Quando alguém fala e o outro não entende um dos dois é burro". Não cheguei a pensar nesse extremo, mas logo vi que teria dificuldade em arrancar alguma informação útil do cidadão que estava à minha frente, por fim não foi difícil, fiz duas ou três perguntas certas para evitar que o cara tentasse pensar por si e já havia descoberto o seu problema, não lembro se resolvi, mas esse caso reforçou meu assombro com a dificuldade que as pessoas de um modo geral têm de se expressar e se fazer entender, e olha que a própria vida no ensina a nos entender e a entendê-la, porém há pessoas que insistem em não enxergar isso, em não aprender o óbvio.
Talvez para essas pessoas a vida seja ainda mais complexa do que ela é por natrureza.

domingo, 29 de junho de 2008

É Brabo...

Quando há uma pessoa passando pela porta giratória do banco deixo espaço para ela sair. E não é que sempre um espertinho se mete entre eu e a porta e entra na minha frente no banco?
Ontem fui à uma festa, a mesa das sobremesas ficava em um lugar apertado, dei lugar para quem estava terminando de se servir sair. E não é que entra uma sirigaita na minha frente furando a fila que eu formava, ainda que sozinho?

Ô povinho...

É brabo...

Campeã Das Campeãs.

Estou muito orgulhoso da minha filha. Na semana que passou ela e sua equipe se sagraram Campeãs Mundiais da Copa Jetix 2008 realizada na Bahia.
O torneio é organizado pelo canal a cabo Jetix, mais de 1.500 jogadores participaram com etapas regionais, nacional e internacional, o time da minha filha venceu as três etapas de forma invicta. Este era a última oportunidade dela porque a partir do ano que vem ela não terá mais idade para participar.
No ano passado ela e a equipe não disputaram nem a final da fase regional caindo antes da competição o que causou uma grande tristeza a ela. Este ano a equipe mais madura, jogando juntas há mais tempo rendeu mais e venceu de forma incontestável as adversárias.
O vôo de chegada da delegação pousou por volta das 0h55min, depois da recepção emocionada no aeroporto, já em casa, ela contou o que de mais importante aconteceu na viagem, mas tudo não deu tempo para contar, ficou para os outros dias porque era muita informação.
Quase três da manhã pus ela para dormir, a cobri, coloquei seu ursinho musical ao lado da cabeça dela, a nanei e me senti tranqüilo tendo a minha filha dormindo em casa sob minha asa protetora depois de dias distante, naquele momento me senti orgulhoso e muito feliz, o pai mais feliz do mundo, nanando a minha campeãzinha, sentimentos autênticos, expontâneos, que fazem valer a pena viver, ter filhos, esquecer tudo de difícil que há na vida e acreditar que é possível ser feliz de forma simples.
Obrigado minha filha linda. Te amo.

sábado, 14 de junho de 2008

O Sonho Do Dia.

Na noite que passou sonhei que estava sintonizando um rádio AM, com toda a limitação da qualidade de som que o AM possui, quando sintonizei para o lado direito do dial, quase no fim da faixa entrou uma rádio FM, som limpo, cristalino e em estéreo.
Não sei se preciso de um analista para o meu sonho ou de um técnico para o meu rádio, seja como for vou tentar interpretar esse sonho. Sem interferências, claro.

Minhas Entrelinhas.

O espaçamento dos textos dos posts do blog mudou de uns dias prá cá, está maior, não mexi em nada no template, foi alguma alteração feita pelo Blogger, estou tentando reverter essa mudança porque me acostumei com as linhas mais próximas, enquanto não conseguir o blog segue com esse espaço vazio maior entre as frases, quem sabe não aproveito essa deixa do Blogger para preencher o vazio entre elas com algumas idéias. Idéias nas entrelinhas.

domingo, 25 de maio de 2008

Polícia Para Quem Precisa.

Adquiri o hábito de meu pai de ler/ver/ouvir notícias, não o faço obsessivamente, as vejo/ouço nos meus momentos de lazer e quando estou afim.
Há notícias, ou melhor, reportagens, que são recorrentes em todos os meios, denúncias de crimes ou contravenções que estão nas ruas ou nem tão escancarado assim, e que toda a população sabe, menos a polícia, aparentemente. É o caso do uso de drogas, sem entrar na discussão se libera ou não, do que deve ser feito ou deixar de se fazer com quem usa ou trafica, o que acontece é que sabemos onde se compra e se consome drogas, o que a lei coíbe.
Aqui perto de casa acontece em parques e praças, a qualquer hora do dia, mesmo no parque que fica a 300m de uma delegacia. A polícia nada faz como se desconhecesse o fato, precisa um veículo poderoso de comunicação fazer uma reportagem-denúncia para que a polícia mostre serviço, prenda um ou dois infelizes que deram azar de estar ali na hora errada, logo depois da reportagem ser veiculada que são pegos para cristo e aparecem na TV ou jornal como resultado do trabalho "eficiente" da polícia.
É sempre a mesma coisa: a reportagem denuncia, aí vem um policial de alto, ou não tão alto escalão, repetir a seguinte frase com outras palavras: "Não sabíamos do fato, vamos investigar", ora, não sabiam e investigar o cacete, sabem, sim, e muito bem sobre o fato, é a profissão deles, são treinados, formados para combater o crime, o vêem de longe, de bem mais longe que eu com meus quatro graus de miopia, fora o "troco de bala" do astigmatismo, possuem informantes, rede de inteligência dentro da própria polícia (não se sabe com que Q.I.), não é possível que não saibam quando toda a comunidade sabe porque vê, até as crianças vêem. Mas sempre haverão aqueles ingênuos que acreditam em tudo que lêem e ouvem que cairão nessa conversinha barata e hipócrita. Eu não, pena que só na hora do voto é que posso responder à altura a esses incapazes ou coniventes.
Situações como essa é que - ainda - me fazem ir votar, embora eu saiba que sou um pequeno e inexpressivo bit perdido em um mar de bytes, mas farei a minha parte, para não dizer, depois, que nada fiz e para que eu possar conviver mais tranqüilamente com a minha consciência.

sábado, 17 de maio de 2008

Meu Deus.

Estudei em colégio e faculdade de padre, tive aulas de religião durante toda a minha vida escolar e acadêmica, porém, nunca fui uma pessoa espiritualizada que necessitasse da religião ou que fosse curioso por ela.
Tenho profundo respeito pelas pessoas religiosas, seja de que religião for, por causa da minha forma de pensar, livre, e que defende a liberdade dos demais de também pensarem livremente.
Não tenho convicção sobre a existência ou não de Deus, há momentos que penso que ele existe, quando me maravilho com a vida, a natureza. Outras horas duvido da existência dele quando vejo a maldade se materializar ou quando a ciência coloca em questão a sua existência.
Vivo bem com essa dualidade de pensamento, as questões espirituais são ainda mais complexas que a própria vida, não tenho vontade de definir minha forma de pensar, o assunto permanecerá em aberto até quando eu assim entender que deva ser ou até o final da minha vida.
Prometo que se houver vida após a morte volto para dizer a vocês como é o beleléu. Acreditem.

Ronaldinha.

Minha filha participa do time de futebol da escola onde estuda juntamente com outras meninas da sua idade, na semana que passou elas se consagraram campeãs da fase gaúcha da Copa Jetix, o prêmio, além de troféu e medalhas, é participar da etapa nacional do torneio em São Paulo disputando o título nacional com outras equipes de São Paulo e Rio de Janeiro, caso vençam disputarão a final internacional envolvendo países da América Latina na Bahia.
Estou muito feliz e orgulhoso por ela, ela adorando o status de campeã e ansiosa com a primeira viagem de avião da vida.
Mesmo que ela não vença a etapa nacional já a considero a minha campeã por ter conseguido o seu primeiro campeonato importante, estarei lá em pensamento torcendo por ela e pelas suas colegas.
Um beijo, minha filhota linda.

A Ascenção e Queda do Império.

Faz algum tempo que entrei nos "enta". Estou "bem conservado", em formol, para a minha idade, não estou completamente careca, não tenho barriga, poucas rugas, diria que sou um bom carro de segunda mão. Mesmo assim, sinto os anos, não tenho mais o mesmo vigor da juventude, meus olhos não enxergam tão bem, no final da noite me sinto cansado, enfim, não sou mais guri e muito do meu desempenho, tirando o sexual, não é o mesmo de outrora.
Meu filho está com quinze anos e em plena juventude, querendo ou não me comparo com ele, não com o objetivo de estabelecer uma competição, nada disso, seria uma grande bobagem, mas é inevitável observar que ele dispõe de mais vitalidade, raciocínio mais rápido, cansa menos, um jovem que eu fui um dia.
Ao mesmo tempo que ingresso em uma idade onde estou declinando lentamente fisica e mentalmente ele está entrando no ápice, não estou triste com isso, é apenas uma constatação, eu já passei por isso inversamente com o meu pai e aceito com alegria essa nova fase, pois já tive o meu período como o do meu filho e aproveitei bem.
A natureza é interessante, nos coloca nos dois lados, do jovem e, depois, do idoso, cabe a nós aproveitar bem cada fase da vida, ou não. Só não esperem de mim que eu fique tentando ser jovem, agora, só porque meu filho é, ele que aproveite a juventude que eu aproveitarei a minha cadeira de balanço com mp3 player embutido e conectada à Internet, óbvio, sacou?

sábado, 26 de abril de 2008

A Princesa e o Pai.

Semana passada minha filha fez a sua Primeira Comunhão. Estava linda, uma verdadeira princesa e quase moça. Fiquei muito feliz em vê-la assim, mas me deu uma ponta de tristeza que venho sentindo há um tempo.
Quero vê-la adulta, independente, fazendo o que gosta e feliz, mas sinto falta dela criança, leve, que eu pegava no colo quando brincávamos, que eu ensinava as coisas da vida, como se portar em casa, na rua, nas casas dos amigos, que eu vestia, levava para a pediatra, aos parques para brincar e se sujar com picolé derretido, enfim, estou triste por não ter mais uma filha criança e, sim, uma pré adolescente virando mulher, um preço justo para a alegria de ser pai e de ter podido vê-la nascer e crescer ao meu lado.
Dá-se aqui, perde-se ali e assim vamos vivendo, ela crescendo e eu envelhecendo, feliz, por poder tê-la ao meu lado, vendo-a evoluir, aprender e a dar rumo à sua vida.

Sono Injusto.

Há algo de esquisito com o meu sono.
Durmo bem desde sempre, umas sete ou oito horas diárias de sono tranqüilo. Tem épocas que apesar de dormir bem sinto sono depois do almoço, não é bem sono, é uma bobeira que me deixa levemente zonzo o suficiente para diminuir minha disposição para o trabalho ou qualquer outra atividade. É cíclico, em outros momentos não sinto sono após o meio dia e não sei dizer porque que em determinadas épocas sinto sono à tarde e em outras não. Não há um motivo aparente para mim.
Esses dias fui dormir tarde, 2h30min da madrugada, e acordei esperando por um dia sonolento, especialmente à tarde. Não aconteceu nada, nem sono, nem bobeira, nem diminuição da minha disposição para o trabalho. Nada. Eu não entendi o que houve, levanto duas hipóteses: ou meu sono tem uma qualidade ruim em certo período e eu não me dou conta disso, ou durmo demais. Existe isso? Dormir demais e ficar com sono à tarde? Não sou caso para procurar médico, só estou curioso com o funcionamento do meu organismo. Não quero dormir no ponto com ele.

domingo, 13 de abril de 2008

De Onde Veio Isso?

Eu tenho por característica ser introspectivo, não exageradamente, mas o suficiente para olhar para dentro de mim e com alguma isenção a ponto de me conhecer bem ou razoavelmente bem. Por conta disso eu tenho ciência de como está meu estado de espírito na maior parte do tempo e porque ele está dessa forma ou de outra.
Quando estou alegre ou triste eu sei bem porque, é só retroceder no tempo e observar a partir que que momento eu passei a ficar triste ou alegre.
De uns tempos prá cá tenho me pego alegre ou triste sem poder identificar a causa, não tem adiantado retroceder porque não tenho conseguido identificar o momento ou o fato que desencadeou o sentimento, seja de alegria ou de tristeza. Sinto que estou sendo levado de roldão pela vida, não é uma situação grave, não me causa dor ou prejuízo, mas eu preferiria estar mais em sintonia comigo mesmo e não ser surpreendido por uma eventual perda de controle de meus sentimentos, afinal, qualquer perda de controle, por mínima que seja, me assusta.
A solução é diminuir um pouco o meu ritmo e dedicar mais tempo para mim mesmo porque sinto que estou negligenciando meu eu com contato cada vez menor e menos profundo com ele, antes que eu tenha que perguntar às pessoas porque estou alegre ou triste.

sábado, 5 de abril de 2008

Seu Nelson.

Morre o artista plástico Nelson Jungbluth
Gaúcho morreu na madrugada deste sábado aos 86 anos


Ele estava hospitalizado havia 23 dias por complicações devido a problemas pulmonares. Na madrugada de sexta-feira para sábado, no Instituto de Cardiologia, ele teve duas paradas cardíacas e não resistiu... (leia mais)

Eu tive o privilégio de conhecer o Seu Nelson, pessoa maravilhosa, de bem com a vida, alegre, sempre participava dos bailes do clube da praia acompanhado de sua esposa, às vezes fantasiado à caráter combinando com a temática do baile.
Foi ele quem criou o logotipo da Varig que a empresa usou por muitos anos na déc.de 60, 70 e 80, também criou o conhecido logotipo do Banco do Brasil.
Vai fazer falta o Seu Nelson com seus cabelos brancos que o fazia muito parecido com Einstein inclusive ele tirou uma foto com a língua para fora, imitando a célebre foto do cientista, ficou parecidíssimo.

Sonho com Fanta Uva.

Faz um tempo, pedi um lanche no meio da tarde, um sonho, daqueles compridos que se parecem com um cachorro quente com recheio de creme, uma delícia. Para beber só tinha Fanta Uva, dos refrigerantes é o que menos gosto, mas mandei servir.
No exato momento que misturei na boca o gosto do sonho com o do refrigerante me lembrei de trinta anos atrás, quando eu estava no meu primeiro ano de colégio, 1972, era exatamente esse o meu lanche: sonho com Fanta Uva que eu tomava mais pela cor dele do que pelo sabor, no bar do colégio que ficava embaixo de uma escada de alvenaria, onde tínhamos, eu e meus colegas, que comprar umas fichinhas feitas de cartolina com o carimbo do colégio no valor do sonho e do refri para depois pedir o lanche.
Foi um retorno instantâneo ao meu passado, ao bom tempo de criança, da falta de problemas, do futuro distante e inatingível, da ausência de doenças, de morte, de poluição, de ameaças mil e de muita esperança.
Que tempo bom, que saudade.
Preciso sonhar mais, me preocupar menos com o futuro, brincar mais e comer mais sonho com Fanta Uva.

domingo, 16 de março de 2008

A Um Passo do Paraíso.

As pessoas que são próximas a mim seguidamente relatam que dentre meus defeitos um deles se sobressai: sou uma pessoa distante, mesmo para aqueles que me esforço em ser próximo, ainda assim me vêem como alguém distante, inatingível, que esconde parte do seu Eu.
Não gostaria de ser visto desta forma, me vejo diferente, não tão distante como dizem, falo de mim a eles, do que sinto e penso, das minhas aspirações, desejos, memórias e saudades na medida que julgo adequado, provavelmente eu não tenha conseguido falar de mim e do meu íntimo de maneira a me aproximar dos demais e eu esteja me escondendo por detrás das palavras. Será isto?
Faz sentido porque desde pequeno experimento a sensação vaga de solidão até quando estou cercado de pessoas, não que eu seja um solitário, há muitas pessoas à minha volta, mas sinto-me só às vezes.
A situação me incomoda porque tento ser acessível, falar de mim bastante de forma íntima, queria ser mais próximo de quem eu gosto e que gosta de mim e não vejo esse meu esforço de aproximação recompensado com o reconhecimento dos demais.
Essa deve ser uma característica minha que devo aceitar mais do que me rebelar.
Sou distante, mas a um passo de quem eu gosto.

Sem Passar dos Noventa.

Na semana passada fui ao aniversário de uma tia muito querida que completou noventa anos de idade, me imaginei no futuro com essa idade e me senti mal.
Não quero chegar a essa idade, não me entenda mal, não quero morrer, não estou deprimido e nem desesperançoso, só não quero me ver, e que os demais me vejam, declinar física e mentalmente depois de ter vivido como vivi, uma vida boa, alegre, saudável e sobretudo, feliz, muito feliz.
Sinto que a minha passagem pela Terra já pode terminar agora e com um saldo bem positivo, vi meus dois filhos crescerem e não tenho grandes aspirações na vida a não ser tocá-la da melhor forma possível, nunca fui um cara ambicioso e o que vier de bom daqui para a frente será bem vindo.
O que não pôde ser feito ou vivido é porque não precisava, ou eu não desejava ou não deu porque não era para dar.
Gosto de viver, gosto das pessoas, quero viver mais pela vida em si, nem tanto por mim e quando as luzes do palco se apagarem que reste na mente das pessoas boas ou más lembranças de mim. Lembranças, não saudade dilacerante ou raiva mortal.
Quero uma despedida discreta, sensível e delicada. Como a vida.

1+1=2.

A comunicação é um dos problemas nas relações pessoais, dentre outros. As pessoas falam, falam, gesticulam, discutem, mas não dizem o que tem que ser dito: o óbvio, e ele fica subentendido para quem está falando, só que o interlocutor nem sempre subentende, uns nem tem capacidade de entender o que é dito claramente, o que dirá entender o que está no campo escorregadio e dúbio do implícito.
Quem fala pensa que se faz entender, o que escuta não entende ou entende errado, a comunicação falha e surge no espaço criado o mal entendido. Por isso tenho dito o óbvio, sendo repetitivo e redundante se for o caso, para não ser mal entendido e para que a situação seja posta às claras.
Não gosto de ser cobrado pelo que fiz ou deixei de fazer, certo ou errado, por não terem entendido por que fiz e como fiz. É uma postura infantil para evitar erros e viver melhor na maturidade.

O Grande Aprendiz.

Estou orgulhoso e feliz com o meu filho de quinze anos de idade. Nesta semana que passou ele começou no Projeto Menor Aprendiz, para tal confeccionou a Carteira de Trabalho, CPF, abriu conta no banco, recebeu o cartão de débito e o crachá da empresa onde trabalhará, por enquanto serão seis meses de estudo pago no Senac, parece aluno dos Emirados Árabes que recebe para estudar! Depois terá três meses de trabalho na empresa que o indicou para o Projeto.
Tenho orientado ele para que aproveite bem o período que estudará e trabalhará para que inicie bem a sua carreira profissional, afinal, uma vaga nesse Projeto é ambicionada por milhares de jovens da idade dele.
Ele também está feliz, se sentindo adulto e responsável, pelo trabalho, pela grana que ganhará e aprenderá a gerir e usar para adquirir o que quiser.
Não sei se ele será aproveitado pela empresa ao final do Projeto, se não for, ainda assim terá sido uma experiência importante para quebrar o gelo e permitirá uma adaptação mais fácil dele à futuros empregos.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Indireta.

A indireta é aquela verdade, na opinião de alguém, que é dita de forma sorrateira, covarde, subterrânea, maldosa.
Ao longo da minha vida já me deparei com diversas criaturas que usavam desse expediente. No meu serviço, por vezes, recebo indiretas porque, de uma forma ou outra, minhas atitudes incomodam a alguns. É uma forma vil de machucar o outro, porque não dá opção de defesa a ele, se tentar responder, o agressor pode simplesmente dizer que a afirmação não foi dirigida a ele e fica com cara de bobo por considerar a hipótese dita na indireta como verdadeira. Se ficar quieto a indignação aumenta por causa da forma rasteira desse tipo de agressão.
Não tenho no meu círculo de amizades quem dê indiretas, é impossível eu conviver com pessoas que se utilizam da indireta para dizer o que pode, e deve, ser dito de forma clara, objetiva e com tato.

Féria$.

As férias da minha filha estão acabando, ainda bem! Não que ela incomode por estar em casa, mas esse ano ela deu um prejuízo, nada de sério, foram umas peraltices próprias da idade dela e que me deram motivo para algumas risadas.
Dia desses ela estava brincando, em casa, de "bater figurinha" com a turminha de amigos, uma dessas figurinhas caiu no telhado do apartamento térreo, um dos amigos dela saiu pela área de serviço, buscou a figurinha no telhado, mas acabou quebrando uma telha, a vizinha reclamou e vamos ter que consertar a telha. Outro dia ela foi à casa de uma amiguinha, ela e as amigas resolverem ligar a chapinha da mãe de uma delas, mas ligaram com as chapas unidas, superaqueceu a chapinha e queimou, lá fui eu mexer no bolso de novo, ahahahaha.
Segunda ela volta às aulas, meu bolso estará a salvo, mas sentirei falta da agitação das férias dela.

Invernico.

O clima aqui no sul está diferente do habitual. No ano passado tivemos um inverno atípico.
O nosso inverno comumente é marcado por temperaturas baixas, mas de tempos em tempos há períodos de um, dois ou mais dias de veranico que são períodos de temperatura elevada dentro do outono ou inverno, o que torna o inverno melhor suportável pela população.
Em 2007 tivemos um inverno rigoroso como não víamos à décadas, não que houvesse quebra de recorde da temperatura mínima ou mais dias de neve que o normal, houve que a temperatura média foi baixa durante todo o inverno, não tivemos veranicos, a temperatura baixou em Maio e não subiu mais até Setembro. Quando terminava a chuva vinha a geada em cima do barro, no mesmo dia, ou no outro, nublava e, em seguida, voltava a chuva não dando tempo da temperatura máxima subir além de 13-14ºC.
O verão está anormal, também, está fazendo calor, mas não com a intensidade habitual, deu para contar nos dedos até agora os dias de abafamento que em outros verões eram a rotina. Tem feito noites e amanheceres frios para essa época do ano, tivemos invernicos em Janeiro, eu quase senti frio em algumas manhãs, não usei o ventilador em todas as noites como de hábito nos verões passados e a projeção dos modelos meteorológicos é que teremos um inverno semelhante ao do ano passado.
Todas essas anomalias climáticas são atribuídas ao fenômeno La Niña que é o esfriamento das águas do Pacífico e que influencia o clima de boa parte do planeta.
Tomara que o inverno de 2008 não seja tão rigoroso quanto o do ano passado quando tive que dormir até de luvas!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Senhor Foi Para o Céu?

Sou uma pessoa educada, muito educada, principalmente no trato com desconhecidos quando uso termos como: senhor, senhora, tenha a bondade, por favor, fique à vontade. Pois não é que algumas pessoas estranham isso e passam, sutilmente, a rechaçar esse tratamento? Brincam dizendo que "Senhor está no Céu", ou riem com um leve deboche. Na maioria das vezes são pessoas de nível sócio cultural baixo que provavelmente não foram acostumadas a serem tratadas tão bem e estranham um tratamento tão respeitoso e diferenciado.
Os bairros onde essas pessoas vivem geralmente são uma selva onde cada um por si procura se safar de várias ameaças que lá existem como criminosos, traficantes e marginais, talvez por isso estranhem quem os trata bem e com respeito. E eu? O que tenho a ver com isso? Bem, não importa onde me insiro nesse contexto, se é que faço parte dele, o que de fato é relevante é que jamais vou mudar meu jeito de ser só porque estou me relacionando com pessoas que não estão acostumadas com uma educação mais sofisticada, e minha educação é um ótimo instrumento para afastar aqueles que não têm afinidade comigo e aproximar os que tem.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Esqueceram de Mim.

Não lembro quando foi a última vez que fiquei tanto tempo sozinho em casa. Ficarei o feriado todo de Carnaval e mais a quarta feira de cinzas sozinho, com a casa toda para mim. Sem horário para as refeições, ouvindo as músicas que gosto, sem ter que respeitar os ouvidos alheios, vendo o que quero na TV, dormindo quanto tempo quiser e onde quiser na casa e com uma cama de casal só para mim.
Estou mais feliz que guri com corneta nova!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Reviver.

Há quatro anos não nos víamos. A conversa fluiu como nos bons tempos, atropelada, nervosa, variando de um assunto ao outro na mesma velocidade da ansiedade de colocá-los em dia.
O tempo que passou não foi suficiente para nos mudar, mas foi para nos amadurecer, fazer-nos ver melhor onde estamos no mundo e as implicâncias disso. O tempo agiu como a oxidação em um metal que, ao mesmo tempo que corrói, expõe o seu interior e o amacia, tornando-o mais flexível. Sem as exigências anteriores diminuiu a necessidade de não errar fazendo aparecer o verdadeiro eu, ou melhor, o verdadeiro nós, com isso a risada surgiu expontânea, ao contrário de antes, quando ficava soterrada pela cobrança e pelo conflito.
Foi bom relembrar o doce odor das flores de cactus e entender que rever, conversar e sentir é reviver.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Respeito.

Temos problemas em nosso país, problemas sociais, econômicos e políticos. A nossa sociedade também tem os seus problemas. As causas são diversas e difíceis de serem identificadas, porém uma delas me chama a atenção a algum tempo: a falta de respeito. É uma sensação difusa que tenho de que as pessoas não respeitam umas às outras e as intituições não respeitam o cidadão de uma forma geral.
É a fila do banco, a faixa de segurança que falta no local de fluxo de pedestres, é a polícia que faz que não vê o crime que todos vêem, a má aplicação do dinheiro público, o motorista que quer ultrapassar o outro de qualquer jeito, os que furam filas, que fraudam os programas sociais e por aí vai.
Nem sempre o desrespeito é explícito, na maioria das vezes ele está disfarçado de falta de recursos, má gestão, se desrespeita porque se é desrespeitado como se um erro justificasse outro e etc. No fundo é falta de educação, desvalorização do outro, uma cultura que temos que nos é nociva e impede de desenvolver, claro que não é só isso que impede o desenvolvimento do país, nem é o motivo principal, mas atrapalha.
País desenvolvido respeita seu cidadão e os cidadãos se respeitam entre si.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Não.

Doeu.
Meus filhos são legais, raramente exigem dos pais uma decisão difícil, são compreensivos, mas semana que passou minha filha quis sair com companhias não recomendáveis. Argumentei, ela bateu pé, argumentei, ela fez beicinho, argumentei, ela fez que não entendeu, argumentei e disse-lhe, não. Ela chorou, doeu meu coração, mas mantive a decisão, havia risco no passeio porque as companhias não eram confiáveis. Felizmente o passeio foi cancelado.
Ser pai inclui essas situações duras. Ainda bem que raras. No futuro talvez seja ela quem me diga não, quando eu quiser caducamente ser um jovem de quinze anos no corpo de um senhor de oitenta. Vai doer. Em nós.