domingo, 28 de novembro de 2010

Por Enquanto.

Enquanto o sol viaja do outro lado da Terra,
Meus sonhos desfilam absurdos na grande cama de lençóis brancos.
Enquanto a Lua mostra o mesmo rosto,
Meus sonhos desnudam todas as minhas faces.

Levanto meu nariz para respirar uma ideia criativa,
Antes de mergulhar em um mar de obviedades.

Enquanto suspiro por lugares comuns,
Experimento a sensação de levitar.

Doses de tempo em intervalos de segundos.
Terceiras intenções em forma de amor.

Enquanto relógio e coração batem juntos
Nenhuma dor adianta.

Eu e o tempo andamos lado a lado

Enquanto a vida segue
Meio que por encanto.


(À querida Li, que comete a insensatez de me estimular a escrever).

domingo, 14 de novembro de 2010

À Vida, Com Carinho.

De um lado da rua a numeração é par, do outro é ímpar. Dar bom dia não é mania de quem tem TOC. Os parafusos extras que vem dentro da embalagem não são para por no lixo.
Nascemos, nem nos perguntam, e nos matriculam na escola virtual da vida. Nela não há um professor personificado, o quadro negro é uma grande tela onde é projetada a nossa vida e vivências. Os conteúdos nos são mostrados nessa grande tela o tempo todo. Há provas surpresa, só que não há nota para passar, todos alunos avançam sabendo ou não os conteúdos.
Como em uma escola verdadeira, há aqueles que passam com nota máxima, há os que passam colando e há os que não aprendem nada, ainda assim, vão para a série seguinte.
A vida nos confronta com ensinamentos todos os dias, o dia todo. Quando estamos sozinhos, quando acompanhados, na nossa casa, na rua, no ônibus, no trabalho, na quadra de esportes, sozinhos na praia deserta. É um ensinamento na maioria das vezes sutil, algumas vezes grosseiro como um tapa violento no rosto.
Não há como fugir da lição. E aprendemos. Ou não.
Há aqueles que insistem em não aprender o que a vida ensina, fazem-se de cegos e surdos, como se não fosse com eles, onipotentemente, como se já soubessem de tudo o que lhes basta para viverem. São almas pobres, que vagam em seu delírio de sapiência restrita. Gazearam à aula de humildade, pois acreditavam que já conheciam a matéria.
A reprovação vem sempre, com o insucesso, a solidão e a amargura.
Uma maçã deliciosa à vida, com carinho.