domingo, 19 de junho de 2011

É Isso Mesmo O Que Você Quer?

Uma bela família, quem ama à volta, viagem longa, carro do ano, a mais bela de todas, muita grana, mansão à beira mar, o dia todo sem fazer nada.
Muito bom, bom demais.
Desejar e satisfazer o desejo é bom, dá prazer, reconforta, sustenta o ego, anima, faz esquecer quando a vida vacila e o relógio não desperta de manhã.
Viver sem desejar não é viver, vivemos de satisfazer nossos desejos. Os que não são satisfeitos atrapalham como uma grande afta ou uma unha encravada, podem parecer pequenos e corriqueiros. Não são. Ficam lá, no fundo da alma, incomodando, pedindo espaço e tempo para serem satisfeitos. Apitam e choram, como um velho aparelho de fax que pede para ser colocado papel para funcionar, ou um nenê que chora de fome.
Nem sempre dá para enganar o desejo, pode-se fazer por breve tempo, nunca para sempre, ele insiste e volta a incomodar, exige tempo para si. Se ele não vencer, nos cobra um preço, nos tira tempo de vida, faz-nos gastar energia, tira-nos a alegria de viver e nos joga nas profundezas da depressão.
Desejo satisfeito é bom? Sempre? E o custo que isso nos traz? Vale a pena perder anos de vida por causa de um vício que nos mata aos poucos? Pelos hábitos alimentares que entopem as nossas veias? Pelo álcool que nos mata dentro do carro?
Toda satisfação de desejo tem um custo, seja para a gente, seja para quem está próximo de nós ou para o mundo, temos que ter consciência disso para não sermos um dinossauro que pisa e esmaga um inseto só para pegar a folha mais apetitosa que está no alto de uma árvore.

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