terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Marquês Do Vale Do Silicone.



Não assisto ao Carnaval, no máximo uma ou outra cena, quando passo na sala à caminho da geladeira, para pegar um pouco de água gelada e iludir esse calor que Haroldo Lobo & Nássara cantaram na marchinha "Allah-Lá-Ô".
Vejo algumas fotos na Internet das tais musas do Carnaval. Todas usam próteses de silicone nos seios. A Marquês de Sapucaí se transformou no Silicon Valley tupiniquim, não aquele que produz chips e equipamentos de alta tecnologia, o outro, que sediava a Dow Corning, fabricante de referência da época para próteses de silicone.
Não se acha uma dama com seios naturais desfilando na avenida, todas que a mídia destaca estão equipadas com aqueles montes gêmeos saltados e artificiais que parecem duas metades de um coco colocadas por debaixo da pele. 
Mulher de verdade virou uma raridade e tem que fazer parte da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do IBAMA. Precisamos criar uma ONG para defender as mulheres naturais, convocar o Greenpeace e fazer ações diretas em clínicas de cirurgia plástica para destruir as próteses, antes que tenhamos que admirar e desejar mulheres andróides saídas de uma linha de montagem, todas iguais, fugindo, desesperadamente, da beleza que a natureza lhes deu.
Mas me respondam com sinceridade: tem homem que gosta de apertar plástico? Tirando os plásticos bolhas que são vício mundial?
Nos afastamos cada vez mais do corpo humano em busca de um corpo idealizado, se o cara, na hora H, verificar que é de plástico dá para recusar? Eu não recusaria, mas dá vontade, me sentiria enganado, lembraria do Código do Consumidor, mesmo que o ato seja de graça, no amor.

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