domingo, 24 de junho de 2012

As Respostas.





Eu preciso confessar que fui duro com meu pai e poupei a minha mãe. Eu perguntava demais, não era normal.
Com sete, oito anos de idade, eu enfileirava perguntas sobre qualquer assunto que me interessasse, e não me contentava com uma pergunta só sobre o assunto, eu queria entrar nele até o fundo e elegi meu pai como vítima porque era quem me dava trela. A mãe não entrava nessa, logo pulava fora, talvez pelas suas limitações culturais ou porque já me conhecia e não estava a fim de passar por uma tortura verbal e auditiva.
O tempo fez com que as perguntas diminuíssem de tamanho e as respostas aumentassem. Vi alguma coisa da vida, o suficiente para não me assustar com nenhuma manchete de jornal, descoberta de vida secreta dos outros, nem com meus próprios pensamentos: alguns inconfessáveis e incompreensíveis na minha adolescência e infância.
Entendo as pessoas porque me entendo e compreendo as diversas e, aparentemente, inexplicáveis atitudes dos outros por conta das respostas que a vida me deu.
Estou cansado para buscar algumas respostas, a maioria delas eu já sei e as que não sei, não sei se quero saber.
O  mundo não está chato, nem a vida, viver e conhecer os dois ainda os fazem interessantes, o que me cansa é querer saber tudo de tudo. Aquilo que não tem resposta traz em si a própria resposta, e tem um outro tanto de respostas que não quero saber, que fiquem lá onde estão, em seu próprio mundo, porque demorei para perceber que são respostas que não devem ser obtidas.
Nem tudo devemos saber, há respostas que não existem, que dóem, que são mentirosas.
Chegou a hora de respeitar o ensinamento da vida e parar de perseguir as respostas desnecessárias. 
Que os mais dispostos busquem as suas respostas, enquanto eu fico me entretendo com as minhas e que consomem o meu tempo.
Quando eu precisar de novas respostas as procurarei com o devido cuidado e sabedoria.

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